ECHO© SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA INICIA SUAS ATIVIDADES NESTA TERÇA-FEIRA, DIA 21/05/2024, COM CENTENAS DE INSCRITOS DE 15 ESTADOS DO BRASIL 

“MOVENDO CONHECIMENTO AO INVÉS DE PESSOAS”

PROJETO ECHO-UFS é um programa virtual de prática orientada, para a redução das disparidades de saúde em áreas remotas do Estado de Sergipe e de outras regiões do Brasil, da América Latina e do mundo, que apresentam déficit de recursos humanos especializados.

Tal modelo, criado pelo médico Dr. Sanjeev Arora, visa a formação de uma comunidade de prática com profissionais de saúde promovendo o compartilhamento de conhecimentos, a resiliência e o desenvolvimento de habilidades e recursos, através da telementoria. O mesmo conta com diversos programas onde são abordados diversos temas conforme demandas apresentadas pelos profissionais da saúde.

Nesta terça-feira, dia 21/05/2024, um importante passo foi dado! A Universidade Federal de Sergipe – UFS em parceria com a Universidade do Novo México (EUA), a Fundação Estadual de Saúde – FUNESA e a Secretaria de Estado da Saúde – SES/SE, com o apoio da Pfizer Inc., deu início ao Programa ECHO© SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, levando o modelo aos profissionais da área da saúde de mais de 15 estados do Brasil, atingindo a marca de mais de 500 pessoas inscritas para o curso o qual abordará, ao longo de 18 sessões, os temas mais relevantes voltados à saúde da mulher. Estiveram presentes, virtualmente, autoridades e membros das equipes de trabalho de todas as instituições envolvidas em um projeto de grande envergadura.

Projeto ECHO-UFS Saúde da Mulher na Atenção Primária. (Flávio Barbosa/DMO UFS)

Chamamos isso de “todos ensinam, todos aprendem”. Os participantes no ECHO participam numa comunidade virtual com os seus pares, onde partilham apoio, orientação e feedback. Como resultado, nossa compreensão coletiva de como disseminar e implementar as melhores práticas em diversas disciplinas melhora e expande continuamente.

Projeto ECHO-UFS Saúde da Mulher na Atenção Primária. (Flávio Barbosa/DMO UFS)

Durante uma sessão do ECHO, os participantes apresentam casos reais (anonimizados) aos especialistas — e uns aos outros — para discussão e recomendações. Os participantes aprendem uns com os outros, à medida que o conhecimento é testado e refinado através de uma lente local. Este ciclo contínuo de aprendizagem, mentoria e apoio entre pares é o que torna o ECHO único, com um impacto duradouro muito para além de uma formação presencial, webinar ou curso de e-learning. Nosso modelo de compartilhamento de conhecimento reúne especialistas de várias áreas de foco para uma abordagem robusta e holística.

Projeto ECHO-UFS Saúde da Mulher na Atenção Primária. (Flávio Barbosa/DMO UFS)

Por que um ECHO centrado na Saúde da Mulher?

As mulheres são a maioria da população brasileira, 51,5% (104,5 milhões) e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) (IBGE, 2022). Apresentam maior adesão aos serviços de saúde para o seu próprio atendimento, mas, sobretudo, acompanhando crianças e outros familiares. Além disso, são elas que cuidam, não apenas dos filhos ou familiares, mas também de vizinhos e da comunidade.

O processo de saúde e doença envolve diversos aspectos, sendo alguns deles relacionados ao modo como as pessoas vivem e trabalham. No caso das mulheres, os problemas de saúde são agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico. Outras variáveis como raça, etnia e situação socioeconômica realçam ainda mais essas desigualdades.

As mulheres apresentam maior expectativa de vida que os homens, porém adoecem com mais frequência, tendo como umas das principais causas de morbimortalidade às doenças cardiovasculares, neoplasias, endócrinas, nutricionais e metabólicas, bem como as causas obstétricas.

Diante desse contexto, os serviços ofertados na Atenção Primária de Saúde (APS) tem potencial para redução de mais de 50% do risco de doenças cardiovasculares e de 66,1% o risco de mortalidade, uma vez que busca associar à terapêutica medicamentosa, alterações no estilo de vida com acompanhamento multiprofissional para redução da morbimortalidade.

Destarte, a assistência à Saúde da Mulher (SM) na Atenção Primária à Saúde (APS), através da Estratégia Saúde da Família (ESF), tem grande potencial gerador de atenção integral à saúde das mulheres, desde que considere os determinantes sociais e a perspectiva de gênero. A ESF tem o objetivo de expandir, qualificar e consolidar a APS, pois favorece uma reorientação do processo de trabalho, tendo potencial de ampliar a resolubilidade e o impacto na vulnerabilidade da situação de saúde do indivíduo e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. É a referência para um modelo assistencial que prioriza ações de proteção e promoção de saúde dos indivíduos e famílias, fundamentada nos princípios do SUS, e seguindo os atributos da APS.

Para isso, o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde são compreendidos como um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela articulação e cooperação intra e intersetorial, bem como pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), buscando integrar suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e controle social.

Nessa perspectiva, a análise do processo saúde-adoecimento evidencia que a promoção da saúde é utilizada como uma ferramenta que distingue os aspectos que estimulam maneiras mais extensas de intervir em saúde com escopo de promover a qualidade de vida e minimizar riscos e vulnerabilidades.

Logo, promover a equidade e a melhoria das condições de vida e dos modos de viver, prevenir agravos de quaisquer naturezas principalmente quando o indivíduo está acometido por doença neoplásica como o câncer de mama, e ampliar a potencialidade da sua saúde, traz a necessidade da promoção de ações que englobem a educação em saúde como peça fundamental nesse processo.

Compreendendo a promoção da saúde dessa forma, o empoderamento do indivíduo (empowerment) permite colocá-lo no centro dos cuidados de saúde e em meio a várias definições desse conceito. Diversos componentes-chave são universalmente reconhecidos, incluindo crença na boa saúde, capacidade de autogestão que retrata identificação dos conhecimentos e habilidades próprias, aquisição de um bom sistema de apoio social, além de ferramentas disponíveis no sistema de saúde que permitem à pessoa assumir o controle sobre suas necessidades de saúde.

Neste sentido, destacamos o PROJETO ECHO (Extension for Community Healthcare Outcomes), por ser um modelo de prática orientado e de aprendizagem direcionado para a educação dos profissionais da área da saúde tem sido visto como uma estratégica que pode aumentar a capacidade de resposta efetiva dos profissionais participantes, frente aos diversos problemas de saúde.

Entende-se que este modelo pode servir de base para implementação de um programa voltado para o desenvolvimento da capacidade de respostas dos profissionais frente ás necessidades de saúde da mulher.

Projeto ECHO-UFS Saúde da Mulher na Atenção Primária. (Flávio Barbosa/DMO UFS)

Assim, o PROJETO ECHO© SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, por meio da telementoria, fortalecerá os conhecimentos para uma melhor prática clínica, permitindo que a equipe de saúde adquira novas habilidades para prestar um cuidado mais rápido e resolutivo, servindo à construção e fortalecimento da capacidade dos profissionais de saúde da atenção primária para tratar e apoiar a mulher.

O Dr. Arora fez da missão de sua vida garantir que ninguém morresse de uma doença tratável porque não conseguia ter acesso a cuidados de saúde oportunos e de qualidade. “Tornar o acesso aos cuidados de saúde mais equitativo para todos, independentemente de onde vivem ou do seu estatuto social, tornou-se o trabalho da minha vida” (Dr. Sanjeev Arora).

Prof. Flávio Barbosa (DMO/UFS)

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